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Projeto usa recebíveis para dar crédito a caminhoneiro
A registradora Central de
Recebíveis (Cerc) participa de um projeto para ampliar o acesso a crédito no
segmento de transportes. A empresa ajudará financiadores a avaliar e registrar recebíveis
de transportadoras e caminhoneiros, que serão utilizados como garantia de
empréstimos.
Para Marcelo Maziero,
sócio-fundador da Cerc, o projeto ajuda a democratizar o acesso ao crédito para
o setor de transportes, que é essencial para o país e tem grande necessidade de
capital de giro.
“Enquanto infraestrutura do
mercado financeiro, a Cerc vai viabilizar essa democratização, registrando os
recebíveis de transportes, o que dará muita segurança para os agentes
financeiros que forneçam crédito para transportadoras e caminhoneiros autônomos.”
A base de todo o projeto, ainda
em piloto, é o Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e), que é
vinculado à Nota Fiscal Eletrônica. Para realizar um frete, as secretarias de
Fazenda estaduais exigem há cerca de dez anos que transportadoras e
caminhoneiros autônomos emitam esse documento. O MDF-e é emitido toda vez que é
contratado um transportador. A Cerc, após a solicitação feita pelo financiador,
com autorização da empresa de transporte ou do caminhoneiro autônomo, consulta
o serviço disponibilizado pelas secretarias para verificar o lastro dos
recebíveis e realizar o registro daquele recebível e da respectiva operação de
crédito.
Segundo Maziero, existem quase 2 milhões
de caminhoneiros no Brasil e o frete geralmente é pago dias após a entrega da
mercadoria, muitas vezes mais de 30 dias após a contratação. Nesse momento, é
gerada uma espécie de duplicata. “Eles prestam serviço para as transportadoras,
que são empresas, então têm um recebível em mãos. Deveriam poder ir em um
banco, uma fintech e antecipar esse recebível”, afirma.
O executivo diz que a secretaria
de Fazenda da Bahia já possuía um sistema de consultas de notas fiscais e o
adaptou para os MDF-e. Atualmente, quase todos os outros Estados estão
conectados nesse sistema, com exceção de São Paulo e Minas Gerais. “Eles estão
fora por uma
questão tecnológica, mas devem
entrar em breve”, avalia.
O projeto geral é resultado da
cooperação entre o Ministério da Economia e as secretarias da Fazenda de todos
os Estados e do Distrito Federal. O período de experiência levará cerca de dois
meses.
Depois disso, serão incorporadas
novas funcionalidades, relativas à liquidação financeira dos recebíveis, para
seguir para a fase definitiva do projeto. “O sistema de troca de informações
sobre notas fiscais entre os Estados já existe há muitos anos, é seguro,
robusto, sofisticado e estável”, diz Maziero, afirmando que os volumes consultados
ali são muito grandes e o risco de fraude é praticamente nulo.
“Atualmente, vários
transportadores autônomos ainda se utilizam de mecanismos informais, como o
desconto de ‘carta-frete’, para pagamento de despesas ao longo do trajeto do
transporte da carga. Isso acaba reduzindo significativamente a sua renda
líquida ao fim do serviço. Com a nova estrutura de antecipação de recebíveis,
essas despesas no trajeto poderão ser pagas com recursos adiantados junto a
instituições financeiras com taxas mais baixas”, explicam, por meio de nota, as
subsecretarias de Direito Econômico e de Política Microeconômica e Financiamento
de Infraestrutura, que ficam sob a Secretaria de Política Econômica, do
Ministério de Economia.
A Caixa já manifestou interesse
em participar do projeto e outros bancos privados e mesmo fintechs devem se juntar
em breve. Quem dá o consentimento para o financiador ver as duplicatas é a
transportadora, que é quem emite o documento, e então o banco pode analisar
para quem oferecer a antecipação dos recebíveis.
O sistema vai monitorar todo o
trajeto da carga, verificando por exemplo se passou por pedágios, por postos
fiscais, já que se a mercadoria não for entregue o caminhoneiro não recebe o
frete e o banco que financiou a antecipação perde o recebível que servia de
lastro para a operação. A ideia é que haja várias modalidades e pode ser que
alguns bancos escolham antecipar somente recebíveis de cargas já entregues, por
exemplo.
Na fase piloto haverá quatro transportadoras,
incluindo a Coopercarga.
“Estamos sempre acompanhando as evoluções tecnológicas e por isso temos participado ativamente deste projeto, queremos ser pioneiros em todas essas mudanças visando melhorar o setor de transporte, as operações logísticas e principalmente os benefícios que podem ser gerados a nossos parceiros transportadores, como taxas de desconto mais razoáveis ofertadas pelo mercado financeiro”, afirma Teofilo João Secco, contador da Coopercarga.
Fonte: Jornal Valor Econômico, 22/12/2021
MDF-e o Suporte Digital da Transformação dos Serviços de Transportes no Brasil
Lançado há 10 anos atrás, a partir da publicação do Ajuste SINIEF
21/2010, o Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e) é mais um projeto
de sucesso do ENCAT. Desenvolvido conjuntamente pelas equipes de especialistas
de transportes das Secretarias de Fazenda, Receita Federal do Brasil, Agencia
Nacional de Transportes Terrestres, transportadores e players de tecnologia que
atuam na área de desenvolvimento de software de documentos fiscais, esse
documento se consolidou como um importante instrumento de transformação digital
dos contribuintes do segmento de transportes.
Atualmente o MDF-e é muito mais que um documento fiscal, pois
possibilita a integração de diversos processos que envolvem todos os atores da
cadeia logística de transporte, de forma integrada com as informações das
mercadorias que originaram a contratação dos serviços de transportes, sejam
eles rodoviários, aquaviários, aeroviários, ferroviários ou multimodais.
Autorizado sem a cobrança de tarifas para seus usuários, de forma
centralizada na Sefaz Virtual do Rio Grande do Sul, no ambiente da PROCERGS, o
MDF-e é utilizado por mais de 5 milhões de transportadores habilitados que
emitem 6 milhões de documentos/mês, todos processados em milésimos de segundos,
24 horas por dia, 7 dias por semana, pemitindo um ambiente de negócio seguro e
estável para todos os atores envolvidos.